O PANO FLÁCIDO: ESTRATÉGIAS DE EXPOSIÇÃO TÊXTIL

• Os têxteis que são mostrados no contexto da galeria de arte são talvez mais referenciados pelo seu mau comportamento. Torcidos, divergindo das linhas limpas e retas dos interiores contemporâneos, os têxteis são muitas vezes considerados flácidos. Historicamente, o princípio fundamental que motiva a experiência do visitante do cubo branco a uma galeria de arte é o desejo de classificar o espaço como «superior» e como estando para além das «distrações» do dia-a-dia. Mas as galerias de arte são particularmente desadequadas para a tradução de alguns dos mais poderosos valores do tecido. Não é normalmente permitido tocar e, frequentemente, aqueles espécimes que podem excecionalmente ser manuseados ficam a parecer, no final das exposições, lenços de assoar usados. Neste contexto da galeria, são desconfortáveis associações de ideias ligadas ao uso doméstico e funcional. Mas a galeria de arte e o museu sendo, sem dúvida, enquadramentos convencionais, são no entanto necessariamente lugares influentes, nos quais o público se pode reunir e apreciar os têxteis. Este texto visa abordar algumas realidades físicas sobre a exposição de têxteis na galeria e no museu, partindo de exemplos. A primeira versão destas ideias foi apresentada em Textile Thinking Symposium organizada em colaboração com Hangzhou Triennial of Fibre Art, na China, em setembro de 2016, e com alunos de têxtil do Royal College of Art em Londres, em novembro do mesmo ano.

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